Desenhos Japoneses antes do Mangá (Período Edo)



Século XVll XVlll

No período Edo começaram a aparecer outros tipos de expressões gráficas derivadas do Chôjûgiga, como:

Os Zenga – caricaturas que ajudavam na meditação.

Os Ôtsu-e – amuletos budistas com caricaturas coloridas.

   

     
Os Nanban – caricaturas que ilustravam a chegada dos portugueses ao Japão, que eram representados com grandes narizes.

    
  
Os Ukiyo-e - Gênero de xilogravura e pintura que destinava-se inicialmente ao consumo pela classe mercante do período Edo (1603 – 1867). Entre as mais populares temáticas abordadas, estão a beleza feminina; o teatro kabuki; os lutadores de sumô; cenas históricas e lendas populares; cenas de viagem e paisagens, vida cotidiana; e pornografia.



Origem do termo Mangá

     Foi exatamente através do estilo Ukiyo-e que o pintor Katsuhika Hokusai (um dos mais famosos artistas do estilo) desenvolveu a primeira imagem com sucessão de desenhos; em 1814 aos 51 anos, produziu um encadernado de uma série de 15 chamando-o de “Hokusai Manga” que unia o caráter Man (involuntário) Ga (desenho); ele usava esse sinônimo para identificar toda caricatura humorística feita por ele; apenas 20 anos depois o termo Mangá teria popularidade, abrangendo todos quadrinhos japoneses.


“A Grande Onda” Hokusai
As ilustrações de paisagens ocidentais não eram valorizadas na época, pois essa arte particularmente na Holanda (Países Baixos) atingiu seu ápice entre 1630 1660, há desvalorizando. Essas paisagens eram muitas vezes usadas como embrulho de produtos holandeses que eram contrabandeados para o Japão, porem no Japão, as paisagens holandesas tinham muitas vezes mais valor que as próprias mercadorias; essa troca entre Oriente e Ocidente possibilitou artistas como Hokusai, a estabelecer novos estilos de desenhos; baseando-se nas características europeias (perspectiva e cores) juntamente com a arte tradicional Japonesa.


Imagens Katsushika Hokusai's 'Hokusai Manga: Volume 12

       Por outro lado, gravuras Orientais Ukiyo-ê, como a de Hokusai, foram estudadas e assimiladas por artistas famosos como Van Gogh; muitos artistas europeus colecionavam gravuras desse estilo que chegavam ao seu pais da mesma forma que a dos holandeses no Japão. Essas gravuras não eram valorizadas no Japão, as mesmas eram exportadas para o ocidente sendo usadas como embrulho de porcelanas. Da mesma forma que as técnicas de paisagismo ocidentais possibilitaram Hokusai entre outros artistas a produzirem novos estilos, as gravuras orientais possibilitou artistas ocidentais a se expirarem e gerarem novas pinturas.

O plano de fundo de retrato de Père Tanguy de Van Gogh mostra várias gravuras ukiyo-ê que o artista colecionava.

     Os contemporâneos dos Ukiyo-ê foram os Toba-e (que reproduziam estampas satíricas em pequenos livros) e os Kibyôshi “Livros de capa amarela” semelhante aos Toba-e, mas desenhavam historias continuas, diferente dos Toba-e que só ofereciam imagens sem continuação; ambos eram impressos em chapas de madeira possibilitando uma produção em massa.

https://www.google.com/search?q=van+gogh+hokusai&sxsrf=ALeKk03LPEeSX0hV8Cxcj_6FUxc0bqLDUw:1614039676611&source=lnms&tbm=isch&sa=X&ved=2ahUKEwj5986s3v7uAhWMLLkGHcpuALYQ_AUoAXoECBsQAw&biw=1600&bih=797#imgrc=b8Ta4zQR9T51CM

https://www.theartnewspaper.com/blog/was-van-gogh-inspired-by-hokusai-s-great-wave-when-he-painted-his-starry-night

https://www.theguardian.com/artanddesign/2018/sep/28/vincent-van-gogh-starry-night-hokusai-great-wave#:~:text=Art%20historians%20know%20that%20Van,%2C%20you%20can%20feel%20it.%E2%80%9D

https://www.youtube.com/watch?v=tZbDL44O1yw&ab_channel=ikonoTV


https://www.youtube.com/watch?v=boxyIJrNxRg&ab_channel=VanGoghMuseum



Imagem de um Kibyôshi
Veja a também:

Introdução
Secúlo Xll


3. Nascimento das histórias em quadrinhos Japonesas (Período Meiji) 
Século XlX
Século XX


4. Mangá antes e depois da Segunda Guerra Mundial

Década de 20 antes da Segunda Guerra Mundial

Mangás após a Segunda Guerra Mundial


5. Osamu Tezuka e a renovação do Mangá
Mangá nas Décadas de 50 e 60 
Mangá nos anos 70, 80 e 90

Deu muito trabalho pra pesquisar, hashtag cansado; espero que meu esforço não seja em vão e ajude a vocês conhecerem um pouco mais dessa cultura. Curtam, comentem e compartilhem; beijos e até mais!

Referências:

ALFONS MOLINÉ, O Grande Livro dos Mangás, 2004;

SONIA M. BIBE LUYNE, Mangá e Anime; ícones da cultura pop japonesa;

GRAVETT, Paul. Mangá – Como o Japão Reinventou os Quadrinhos. 1ed. São Paulo: Conrad Editora do Brasil, 2006;

JULIANA BRAGA, RICARDO JORGE DE LUCENA LUCAS. O Mangá e a Identidade Japonesa no Pós-guerra, Universidade Federal do Ceará, Fortaleza, CE, 2012;

TAÍS MARIE UETA, YUJI GUSHIKEN. Mangá: Do Japão ao Mundo, uma Trajetória de Hibridações, Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), Cuiabá, MT, 2011;

PEDRO VICENTE FIGUEIREDO VASCONCELLOS Mangá-Dô, os caminhos das histórias em quadrinhos japonesas, 2006;


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