Antes do Mangá


A História do Mangá no Japão

        Sem duvida o Mangá representa um fenômeno de comunicação de massa, se transformando em boa parte no lucro da industria milionária de Comics, sua influencia é tão grande que chegou a virar simbolo da cultura popular japonesa; seus valores, costumes, ideologia, sociedade e politica são fortemente representados nesses quadrinhos, que podem ser vistos como preciosos documentos históricos.

     Processos históricos como a segunda guerra mundial, crises econômicas entre outros, também refletem no tipo de produção e construção do conteúdo desse tipo de narrativa gráfica, porem até chegar ao nível de popularidade estabelecido hoje, o mangá passou por diversas transformações tanto no quesito de sua qualidade estética quanto na da sua formação intelectual e artística; essas transformações possibilitaram a criação e a fragmentação do mangá em vários gêneros e temáticas especificas, além de possibilitar a formação de varias editoras e autores especialistas voltados apenas a esse tipo de arte. Essas transformações só foram possíveis com o contato de culturas estrangeiras, apropriando elementos de fora (HQ e cinema americano, pinturas charges e gibis ocidentais) e dando novo significado e sentido. De acordo com Paul Gravett:

Paul Gravett
“Com o mangá, os japoneses mostraram a mesma facilidade que tiveram com o automóvel ou o chip de computador. Eles tomaram os fundamentos dos quadrinhos americanos – as relações entre imagem, cena e palavra – e, fundindo-os a seu amor tradicional pela arte do entretenimento, os “niponizaram” de forma a criar um veículo narrativo com suas próprias características.” (GRAVETT, Paul. “Mangá – Como o Japão Reinventou os Quadrinhos” 2006) 

Hoje, a cultura pop japonesa faz parte do cotidiano de muntos jovens, seja na música (J-pop), cinema e TV (Animê) ou na arte como o mangá, mesmo sendo considerado uma sub arte, ela tem seu reconhecimento mesmo sendo por um publico muito especifico. Dada a popularidade existente desse estilo de narrativa gráfica, me vem as questões: Como o mangá se tornou esse fenômeno? Onde e como se originou? E por quais processos ele passou para se transformar no mangá que é conhecido hoje; essas questões entre outras serão respondidas a seguir. 

Antes do Mangá 

      A identificação exata dos primeiros aparecimentos dos quadrinhos japoneses é incerta; o recorte do seu nascimento pode ser, para alguns historiadores e pesquisadores como Alfons Moliné, datado a partir do século Xll, com o aparecimento das caricaturas gráficas japonesas, os Chôjûgiga ou “Choju Jinbutsu-giga” (imagens humorísticas de animas). Na época, o meio textual que circulava no Japão era o ê-makimono (ilustrações em rolos e pintadas à nanquim), que tinha origem chinesa; era nesses pergaminhos que eram pintados os Chôjûgiga.; essas pinturas tinham como autoria o monge budista Kakuyu Toba (1053-1140) que mais tarde daria nome a um outro estilo artístico japonês.

Chôjûgiga de autoria do sacerdote-artista Toba (1053-1140)
       Toba representava diferentes classes sociais como animais, em sátira à decadência da nobreza na época; é importante ressaltar que veremos o início do que seria as primeiras manifestações artísticas que serviriam de expiração para o mangá, essas caricaturas humorísticas ainda não se chamavam Mangá, esse termo só foi criado no período Edo (1600-1867).

Veja a seguir:



Deu muito trabalho pra pesquisar, hashtag cansado; espero que meu esforço não seja em vão e ajude a vocês conhecerem um pouco mais dessa cultura. Curtam, comentem e compartilhem; beijos e até mais!

Referências:

ALFONS MOLINÉ, O Grande Livro dos Mangás, 2004;

SONIA M. BIBE LUYNE, Mangá e Anime; icones da cultura pop japonesa;

GRAVETT, Paul. Mangá – Como o Japão Reinventou os Quadrinhos. 1ed. São Paulo: Conrad Editora do Brasil, 2006;

JULIANA BRAGA, RICARDO JORGE DE LUCENA LUCAS. O Mangá e a Identidade Japonesa no Pós-guerra, Universidade Federal do Ceará, Fortaleza, CE, 2012;

TAÍS MARIE UETA, YUJI GUSHIKEN. Mangá: Do Japão ao Mundo, uma Trajetória de Hibridações, Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), Cuiabá, MT, 2011;

PEDRO VICENTE FIGUEIREDO VASCONCELLOS Mangá-Dô, os caminhos das histórias em quadrinhos japonesas, 2006;

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