Vocês precisam desesperadamente conhecer O Guia do Mochileiro das Galáxias

A resposta para a vida o universo e tudo mais

Esse livro ta mexendo com minha mente!
    Ola! terráqueos, humanoides, sardinhas e todas formas de vida da galáxia; hoje vim falar sobre algo que eu não poderia de maneira alguma deixar de comentar no blog, seria considerado um crime contra meu certificado Nerd, se não abrir um espaço pra falar disso; hoje vou falar sobre o Livro e o Filme O Guia do Mochileiro das Galáxias do mestre da ficção cientifica, excêntrica e cósmica, Douglas Adams. Se você não leu ou assistiu o filme ainda, corre! Por que você está perdendo uma viagem ácida, mental, psicodélica muito louca, que corresponde estranhamente com a realidade.

   Antes de começar a falar sobre a obra, queria apresentar uma hipótese. Se você não quiser me acompanhar nessa hipótese maluca, pode pular pra parte do livro abaixo, em "O guia do mochileiro das galáxias, o primeiro livro".

Hipótese notória maluca

   Vocês já ouviram falar sobre O guia do mochileiro das galáxias? se sim, você com certeza é uma pessoa que faz parte do mundo pop geek; se não, não te culpo por não saber da existência da obra, pois apesar de o guia ter uma grande popularidade entre as pessoas que estão dentro desse universo nerd; fora dela, ele é quase invisível; pensando nisso levanto uma questão, "Por que, O guia do mochileiro das galáxias de Douglas Adams, não é conhecido no Brasil, como o Harry Potter de J. K. Rowling? mesmo sendo uma obra razoavelmente maior (considerado por min)"; essa pergunta entre outras me fizeram pensar em uma série de hipóteses.

Livro O Guia do Mochileiro das Galáxias 
   Pensando sobre a questão,  percebi alguns fatores que influenciaram no fracasso de seu merecido reconhecimento e esses fatores tem tudo haver com a indústria cinematográfica, que tornou possível o flop do filme de 2005 e no desconhecimento da série de 1981 em outros países. Veja bem, Harry Potter foi lançado como livro em 1997 (no começo sendo rejeitada pelas primeiras oito editoras para qual a autora mandou o livro), logo depois de publicada, foi aceita lentamente com boas críticas. Em 2001 como filme, obteve grande sucesso e aprovação do público, logo o livro também obteve renome mundial. Isso tudo se deve as novidades dos filmes de ficção fantasiosa, que estavam super em alta na época, outros filmes como O Senhor dos Anéis: A Sociedade do Anel também fazia grande sucesso .

    Agora veja: o livro O guia do mochileiro das galáxias, foi lançado em 1979 (com sucesso), dois anos após o lançamento do primeiro Star Wars 1977. É um livro de ficção que para época era algo novo, sendo ainda nos dias de hoje,  considerado atual por ter um humor totalmente original. O livro mais tarde foi lançado como programa de rádio entre 1979 e 1980, logo depois virou série de TV em 1981 e um jogo de computador de 1984. Depois virou três séries adaptadas como romance para quadrinhos publicados pela DC Comics entre 1993 e 1996 e por fim um filme em 2005 produzido pelas empresas, Touchstone Pictures, Spyglass EntertainmentMartelo & Tongs e Pictures Everyman. É importante ressaltar que essas adaptações não tiveram renome, a não ser em seus próprios países de produção.


          
"Harry Potter", por que sucesso pelos livros e principalmente
pelos filmes?
"O guia do mochileiro das
Galáxias", por que 
sucesso apenas pelos
livros?

   Observando e levando em consideração as diferentes trajetórias históricas das duas obras, volto novamente a pergunta: Por que O guia do mochileiro das galáxias é menos conhecido que Harry Potter? Para responder essa pergunta ainda teremos que considerar  que o guia teve várias tentativas de produção através de outras mídias anteriores, mesmo assim não alcançando popularidade comparada a Potter. Para mim isso se deve principalmente a época em que as adaptações foram produzidas e como seus produtores há adaptaram.

Poster do filme de 2005
   As produções baseadas no livro antes de 2000, acredito eu, não ter obtido popularidade mundial, devido as mídias difusoras da época "rádio etc", que não tinham capacidade difusora considerável para alcançar outros países. Porém, para uma produção cinematográfica americana do século 21 (filme de 2005), com possibilidade de adaptação superior ao filme Harry Potter,  tendo condições de incorporar mais efeitos especias entre outras coisas pelas novidades tecnológicas, com atores como: Martin Freeman , Sam Rockwell , Mos Def , Zooey Deschanel (rainha hipster contemporânea) e as vozes de Stephen Fry (o livro guia) e Alan Rickman (Marvin, o Paranoid Android) no elenco, não há desculpa para o flop, a não ser, aceitar a culpa dos produtores que não adaptaram o livro para telas da melhor forma. Outra questão é o momento em que o filme  foi lançado; época em que as ficções cientificas já não eram mais novidades. Para se ter uma ideia, em 2005 teve o fracasso inesperado de Star Wars: Episode III - Revenge of the Sith, mesmo sendo uma grande franquia e a explosão de filmes apocalípticos e distópicos (o pessoal só estava querendo saber de fim do mundo mesmo).

   A originalidade e qualidade do livro e da criatividade de seu autor é inquestionável; uma possível salvação cinematográfica contemporânea dessa obra, só pode ocorrer através da Netflix, que acredito eu, ser capaz de produzir uma série que consiga representar a obra da melhor forma (por favor Netflix, ouça nossas preces... já passou a hora de uma nova adaptação!)

Primeiramente
    Levando tudo isso em consideração, venho por meio desse post, exaltar e dar a devida visibilidade que essa obra maravilhosa merece, fazendo uma breve análise do primeiro livro (pois só li o primeiro) e do filme (flop) de 2005 que é a adaptação do primeiro. Então não entre em pânico, pois já vamos começar a falar sobre a obra.

   Abaixo tem o primeiro episódio da série de TV de 1981, disponibilizado pelo Obrigado pelos peixes, os outros demais episódios também se encontram no canal deles no YouTube.




O guia do mochileiro das galáxias, o primeiro livro

Douglas Adams

   Antes de tudo não poderia deixar de falar um pouco sobre seu autor; Douglas Adams (Douglas Noël Adams), nasceu em Cambridge, Reino Unido 1952, falecido em 2001; foi o criador da trilogia de "cinco" livros (como ele mesmo dizia) The Hitchhiker's Guide to the Galaxy (O Guia do Mochileiro das Galáxias) entre outras obras menos conhecidas no exterior, mas de renome semelhante, como Dirk Gently's Holistic Detective Agency que recentemente foi adaptada como série na Netflix (clique aqui para saber mais sobre a série).

   Douglas foi um excêntrico e genial escritor, humorista e dramaturgo britânico, com uma capacidade visionária surpreendente. Fazendo previsões tecnológicas,o mesmo também tinha uma ironia super afiada que trasportava problemas sociais ao mundo da ficção científica de forma super humorada.
Bom, agora vamos ao livro!

   Eu li o livro em 2013, então posso deixar escapar algumas coisas importantes, vou ressaltar aqui apenas as coisas que marcaram e que estão na minha mente até hoje, e que causaram problemas psicológicos e efeito colateiras graves (brincadeira); então ai vai um resumo e uma análise rápida do livro.

Resumo

Imagem do Vogon, Prostetnic Vogon Jeltz do
filme de 2005
   O guia do mochileiro das galáxias é uma obra de ficção cientifica que se destaca pelo seu humor sarcástico e irônico. A trama começa acompanhando a pacata vida de Arthur Dent, um terráqueo que vive monotonamente sem muita expectativa para o futuro, até descobrir que sua casa vai ser demolida pelo Sr. L. Prosser, para construção de um desvio. Desse modo ele tenta a todo custo impedir que ela seja destruída, porém o que ele não esperava, era que a destruição da sua casa, seria uma de suas menores preocupações, pois o planeta Terra, também seria destruído, pelos Vogons (Alienígenas, Aliens, satanases, extraterrestres), por um motivo parecido; a construção de um via expressa hiperespacial.

Leia o livro em PDF clicando aqui
   A genialidade de Douglas na construção da trama já se monstra nessa parte; transportando os problemas sociais e jurídicos humanos os elevando ao patamar da ficção cientifica; começando pela descrição dos seres e dos direitos que legitima a destruição da terra e da casa de Dent. Veja como são parecidas: primeiro a descrição do Sr. Prosser se assemelha ao do Vogon, Prostetnic Vogon Jeltz, ambos gordos, políticos que apenas seguem os protocolos. A segunda é a legitimidade da destruição dos ambos lugares, em que o projeto da demolição da casa de Dent já estava exposto na secretaria de obras há 9 meses, porém Dent só soube um dia antes por um empreiteiro, pois o projeto não foi divulgado (me lembra muito essas aprovações de leis no governo brasileiro que ninguém fica sabendo). Já a destruição da Terra era legitimada pelo "plano para o desenvolvimento de regiões periféricas da galáxia", que também já estava exposto há 50 anos terráqueos, no departamento de planejamento em Alfa do Centauro, lugar desconhecido pelos humanos "que no máximo só foram a lua."

Informação do peixe Babel, segundo o Guia
da série de 1981

   Dentro desse contexto extraordinário surge o personagem Ford Prefect, um não terráqueo, amigo de Dent, que está na Terra na há 15 anos colhendo informações para O Guia do Mochileiro das Galáxias, um guia eletrônico "semelhante a um tablet" sobre todo tipo de coisa do universo. Ford sabendo da destruição eminente da Terra, vai ao encontro de Arthur Dent salvando-o, pegando carona em uma das naves dos Vogons. Com a destruição da Terra e da humanidade, Arthur Dent, vira praticamente o último homem da Terra e a Tricia McMillan ou "Trillian", última mulher da Terra. Essa personagem irá aparecer mais a frente na história (hum... último homem e mulher da Terra... já sabemos o que vai acontecer não é mesmo?). Abordo da nave, Arthur vai descobrindo novas informações através do guia e de seu amigo Ford; coisas como a importância da toalha e do peixe babel (peixe colocado no ouvido para traduzir a línguas de outros seres) são os primeiros ensinamentos a serem narrados pelo guia.

Curiosidade: Os fãs da trilogia criaram um dia para homenagear a obra e seu autor, 25 de maio "Dia da toalha".

  

Levanta essa bunda dai e vai ler o livro
   Com a destruição da Terra, Ford e Arthur Dent embarcam em uma aventura surreal ao "quase" desconhecido universo, envolvendo vários planetas e lugares, havendo muitas criticas sociais super irônicas distorcidas pela ficção. Novos personagens vão aparecendo ao decorrer do enredo, como a Tricia (a crush do Arthur) e o Zaphod Beeblebrox (excêntrico presidente da galáxia),mas o mais estranho é que tudo está interligado, pois, Tricia já era conhecida de Arthur da Terra (eles se conheceram antes em uma festa) entre outras coincidências (será coincidência?).

   A trama da história do primeiro livro, acompanha todos os personagens que eu falei acima, envolvendo o roubo da nave "coração de ouro" pelo presidente da galáxia. Essa nave contém o gerador de improbabilidade infinita, que é de grande importância para a viagem dos personagens que saem em busca da "resposta para a vida, o universo e tudo mais". Quer saber a resposta? Vai ler!

   A história do primeiro livro é basicamente essa, quem tiver interessado em comprar o livro, tem o box com os cinco livros, vendidos baratinhos (versão econômica, amo!) aqui. Pra encerrar e atiçar sua vontade de ler, fique aí com essa frase maravilhosa que faz todo sentido.



O guia do mochileiro das galáxias, o filme 2005

Elenco principal do filme

Capa do DVD do filme de 2005
    Douglas Adams já havia pensado no O guia do mochileiro das galáxias como uma adaptação para outras mídias. Essa adaptação foi possível em 1978 e 1980 com a produção de um programa de rádio e mais tarde em 1981 com uma série de TV, porém, só em 2005 (ano em que o mesmo já estava falecido), que foi produzido uma versão cinematográfica de longa-metragem da obra. O filme foi revisado por Karey Kirkpatrick (Fuga das Galinhas), e teve o roteiro adaptado pelo Spike Jonze, que recusou o projeto mas indicou um colega diretor de videoclipes, Garth Jennings, conhecido pelos clipes de "Coffee & TV" (Blur), "Right Here, Right Now" (Fatboy Slim) e "Imitation of Life" (REM). A produção ficou a cargo do produtor Nick Goldsmith e seu sócio na Hammer & Tongs, Jennings que leu o roteiro do filme e decidiu começar sua produção.

    Segundo a critica o filme é considerado mediano, com a avaliação de 3,8 pontos segundo o site Adoro Cinema, pessoalmente eu achei o filme bom, com ideias de adaptação boas; tanto que através dele que conheci o livro. O uso dos efeitos especiais não deixa a desejar, o efeito criado pela gerador de improbabilidade infinita (que faz coisas improváveis acontecer) aos personagens, os transformando em sofás e lã, são feitas através de stop-motion, dando um toque cool ao filme. A parte do filme em que o gerador materializa uma cachalote e uma flor aleatoriamente no ar, foi adaptada de forma maravilhosa.

Obs: O cachalote tem uma crise
existencial enquanto cai
Um cachalote e uma flor. WHAT????
Vídeo dessa parte abaixo:

  
Uma coisa que marcou o filme foi a introdução, em que o narrador, explica que os golfinhos são os seres mais inteligentes da Terra ao som musical da Broadway com direito a uma trilha sonora que gruda na cabeça. A versão nacional surpreende não deixando a desejar; José Wilker dublando a voz do narrador do guia se encaixa perfeitamente no papel. Veja a introdução do filme (parte dos golfinhos) dublado por José Wilker abaixo.



     Outros atores que se destacaram no filme foram o Martin Freeman (meu crush fortíssimo do filme "Uma repórter em apuros" de 2016), que faz seu papel de forma perfeita, interpretando o terráqueo borocochôzinho, Athur Dent; o Sam Rockwell (outro crush de "As Panteras" de 2000) que também samba como o presidente da galáxia Zaphod Beeblebox e o personagem Marv, o andróide paranóide, dublado por Alan Rickman (o Snape de Harry Potter), um robô super pessimista, depressivo e sentimentalista, rendendo as melhores cenas e frases do filme. A atriz Zooey Deschanel não impressiona, aparecendo no filme só pra ocupar a cota de garota hipster adorada pelos Nerds.

Tricia Macmillan 1981 2005
    Uma coisa que me chamou muito atenção, foi a forma que os produtores representaram os personagens: Ford e Tricia, diferente da série de 81, o filme de 2005 conta com um elenco diversificado, como Ford Prefect (Mos Def), que na primeira era branco agora é interpretado por um ator negro. A representação feminina também muda; na série de 1981, Tricia Mcmillan é hipersexualizada, usando um maiô vermelho, super coladinho e decotado; diferente da Tricia de 2005, que usa um macacão super básico, não apelando pra sexualidade da personagem. É importante ressaltar que Tricia no livro, segundo o guia tem a aparência "magra, escura, humanoide, com ondas longas de cabelo preto, uma boca cheia, um pequeno botão ímpar de um nariz e olhos ridiculamente marrom com seu vermelho lenço amarrado dessa forma particular e seu vestido marrom de seda longo fluindo, ela parecia vagamente árabe" algo que nunca foi representado (será o preconceito cinematográfico?). Fiz um post sobre isso, (clique aqui) para saber mais.

Ford Prefect 1981 2005
   Em questão de fidelidade do roteiro no livro, ao longa-metragem, ele deixou a desejar; os temas filosóficos abordados no livro, acerca da religião e da ignorância humana, são postos de maneira muito sutis, suavizando a visão sem ideologia religiosa do autor (Douglas Adams) para a adaptação. Como resultado final, o filme nas bilheterias mundiais teve resultado muito abaixo do esperado, mesmo em DVD; decepcionando vários fãs. Agora é só esperar para termos uma adaptação fílmica que realmente consiga passar pelo menos uma parte da verdadeira variedade do universo Douglas Adams do O guia do mochileiro das galáxias.

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