Animação e Mangá na Bolívia

Imagem ilustrativa, Super Cholita de Rolando Valdez 

O SURGIMENTO DA HISTORIA EM QUADRINHO "MANGÁ" NA BOLÍVIA

    O surgimento da Historia em quadrinho de estilo Mangá (japonês) veio para Bolívia de forma semelhante à do Brasil. (o termo mangá serve para designar histórias em quadrinhos no estilo japonês, no Japão o termo serve para designar qualquer tipo de história em quadrinho, o mangá seria o percurso dos animes que e a animação do mangá. Diferente da forma ocidental de leitura “da esquerda para a direita”, o mangá se lê da direita para a esquerda) (No Brasil o Mangá vem com imigrantes japoneses em 1960, após esta época nos anos 80 e 90 o mangá e a animação do mangá, o anime, estoura na América latina, tendo como o Brasil o segundo maior consumidor de anime e mangá do mundo, perdendo para o japão).

Como surgiu o mangá estilo de história em quadrinho japonesa na Bolívia?

    Em 1899 japoneses vieram para Bolívia como trabalhadores comuns, em 1950 vieram mais emigrantes japoneses e os que não tinham casado com bolivianas trouxeram suas esposas do Japão. O contato que os japoneses tiveram com os bolivianos nessa época, o choque cultural fizeram com que alguns bolivianos fossem facilmente adeptos ao mangá.
Foto de imigrantes recém casados na Colônia San Juan de Yapacaní, 1963 Bolívia
Curiosidade: (Esses japoneses fundaram uma colônia em “Santa cruz de la sierra” chamada Okinawa, mesmo nome do local de onde esse emigrantes vieram do Japão. O município de Okinawa foi fundada por imigrantes de ascendência japonesa em 1954, 1979. Esta colônia era dedicada principalmente ao cultivo de arroz e algodão. A chegada dos colonos de Okinawa na Bolívia foi devido a um plano de migração a partir do governo de "Ryukyu" (atual Okinawa do Japão, que foi ocupada por os EUA após a Segunda Guerra Mundial), que começou em 1954 e durou até 1979. Inicialmente, 400 pessoas chegaram na Okinawa da Bolívia, mas, em seguida, muitos bolivianos também chegaram para encontrar trabalho, o que aumentou a população da colônia.)

Imagens de Okinawa Bolívia
Imagens de Okinawa Bolívia

Mangás séc. Xll XlX

SUPER CHOLITA

O estilo mangá de história em quadrinho assim como no Brasil se popularizou bastante na Bolívia e nos demais países da América latina nos anos 80 e 90, O artista Osamu Tezuka são considerado o pai do mangá e anime moderno, com inspiração de desenhos americanos do Walt Disney os desenhos japoneses ganharam características únicas, como a presença de grandes olhos expressivos entre outros.



Mangás séc. Xll XlX

Mangá séc. XX Astro Boy, Osamu Tezuka

 

Osamu Tezuka, criador do Astro Boy, A princesa e o cavaleiro entre outras.

Com a popularidade desses mangás começaram a surgir vários mangákas (Autores de Mangás) nacionais com histórias que mostrassem os problemas nacionais de forma original mas com estilo de desenho japonês e com traços característicos físicos da Bolívia “mestiço”, um exemplo muito famoso de mangá que está se popularizando na Bolívia e a Super Cholita. 

Super Cholita e um mangá nacional Boliviano criado por Rolando Valdez, o mangá foi grande destaque no sexto encontro de cartoons “Historietas de Altura“ em La Paz.


Super Cholita edição número 4





Rolando Valdez autor de Super Cholita

  

Super Cholita, com evidente expiração nos traços de Ozamu Tezuka.

Clique aqui para ver vídeo de imagens da Super Cholita e das Cholas

O mangá trata de problemas sociais e políticos da bolivia de forma descontraída e muitas vezes cômica, na primeira edição de super cholita o presidente Evo Morales pede ajuda a Cholita para acabar com a corrupção, super cholita responde o presidente falando que não faz milagres.

Página em que Cholita responde Evo Morales

Em uma animação da super Cholita em que e explicado os direitos das empregadas domesticas. Veja o video La super choita y los derechos de las trabajadoras del hogar, a baixo:




Outra edição de super cholita fala diretamente da Guerra del Gás, conflito social ocorrido em 2003 em la paz.

A personagem super cholita luta pelos direitos dos nativos e está longe de ser diferente apenas por ser do sexo feminino, pois nas histórias em quadrinhos americanas em sua maioria o personagem principal é do sexo masculino; mas sim por não precisar ser uma heroína que porta roupas curtas, sexy ou ter medidas corporais perfeitas, ela é completamente ao contrário, portando roupas típicas das cholas indígenas aimarás, ela também é diferente dos demais heróis por não ser completamente pura (correta), ela adora beber dançar, rouba de vez em quando.

A ideia da personagem cholita veio das cholas . As cholas são mulheres que usam vestimentas típicas e grande tranças, geralmente trabalham vendendo quitutes que elas mesmo preparam, as cholas viraram parte da cultura boliviana e suas vestimentas indígenas foram impostas por Carlos II em fins do século XVIII, os espanhóis obrigavam as índias a usarem estes vestidos regionais espanhol, e o mesmo ocorre com os penteados das indígenas repartidos ao meio, impostos pelo vice-rei Toledo na mesma época. O termo “chola” tinha uma conotação pejorativa e se referia às mulheres nativas aimarás que, ao se mudaram para a cidade grande, esqueciam as tradições e costumes de seus antepassados e se rendiam ao estilo de vida dos mestiços urbanos. Hoje esse visual está relacionado ao orgulho que essas mulheres têm de sua identidade indígena.





                                                                                                          FIGHTING CHOLITAS

A luta de Cholitas é um combate em que um grupo de mulheres lutam luta "Livre" que na verdade e a encenação da luta em El Alto, na Bolívia.

Imagens das Cholas Bolivianas em La Paz e Fighting Cholitas em El Alto.



Videos fighting Cholitas em La Paz.




ANIMAÇÕES BOLIVIANAS 

ABUELA GRILLO "VOVÓ GRILO"

Curta-metragem produzido em parceria entre Bolívia e Canadá que mostra o conflito pela monopolização dos recursos naturais na Bolívia. História mistura o realismo mágico e a tradição milenar dos povos indígenas para explicar os conflitos de interesses entre as empresas e a população pela água nas comunidades do país andino.

 Sinopse: Esta é uma história que é contada milenarmente pelo povo Ayoreo, da Bolívia. Dizem eles que no principio havia uma avó, que era um grilo chamado Direjná. Esta avózinha era a dona da água e por onde quer que ela passasse com seu canto de amor, a água brotava. Um dia, os netos pediram que ela fosse embora e ela partiu, triste. Mas, na medida em que ia sumindo, também a água ia embora. Neste vídeo, a história se atualiza e na sua viagem para lugar nenhum a avó é encontrada pelos empresários que a aprisionam e fazem com que ela faça a água cair apenas nos seus caminhões pipa. Então, eles vendem a água. O povo passa necessidade e sofre. A avózinha também sofre. Até que um dia, o povo entende que é preciso lutar. Assista ao curta Vovó Grilo, abaixo:




A produção foi feita na Dinamarca, por The Animation Workshop, Nicobis, Escorzo, e pela Comunidade de Animadores Bolivianos. O trabalho de desenho foi realizado por oito animadores bolivianos, dirigido por um francês, com música da embaixadora da Bolívia na França, e a ajuda de um mexicano e uma alemã. Todo juntos na defesa dos recursos naturais.

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